A Simca (Societé Industrielle de Mécanique et Carrosserie Automobile) era uma montadora francesa que, por influência direta de JK, estabeleceu uma fábrica de automóveis no Brasil em 1959. Antes disso, em 1954, a Simca havia adquirido a Ford France o que explica o fato dos seus carros terem uma forte influencia do estilo e design americanos. No Brasil, a montadora francesa produziu mais de 50.000 carros, incluindo os famosos Simca Chambord, Jangada (perua), Tufão Rally, Alvorada e Presidente.
Estimulada pelas corridas de marca que marcaram época nos anos sessenta no país -- e pela necessidade de combater a imagem de carro pouco resistente e confiável --, a Simca do Brasil "importou" em 1963 três Simca Abarth com motor de 2 litros e 192 cv. Seu objetivo principal era fazer frente às terríveis Berlinettas Willys que até então dominavam com folga os campeonatos de automobilismo locais. Durante um curto período os Abarth pilotados principalmente por Jayme Silva e Ciro Cayres ganharam praticamente tudo o que disputaram. Mas como os carros entraram no país com problemas de documentação, tiveram que retornar à França apenas 2 anos após sua chegada ao país.
De qualquer forma, pode-se dizer que os Simca Abarth tenham cumprido um papel importante no desenvolvimento do automobilismo brasileiro, já que forçaram as montadoras rivais a buscar respostas ao curto domínio das suas "baratas de traseira curta". Nesse sentido, a Vemag acabou por criar o GT Malzoni, a Willys partiu para o desenvolvimento do Bino Mark e, mais tarde, até a Dacon encontrou estímulo para desafiar o status quo com o lançamento de seus imbatíveis KG Porsche.
Fontes:
Automóveis no Brasil, Editora Alaúde, Fabio Steinbruch
Memórias Sobre Rodas, o Automóvel no Brasil dos Anos 1960, Editora Alaúde, Fabio Steinbruch
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